Preparação Interna

O primeiro passo para buscar uma linha de crédito é determinar a razão da sua necessidade de financiamento. A sua estratégia de crescimento deve estar atrelada a sua necessidade de capital, ou seja, quanto de dinheiro você precisa para sua empresa atingir o objetivo esperado.

A definição da sua necessidade de capital é um passo muito importante para saber qual linha de crédito é aderente à sua estratégia.

Para definir sua necessidade de capital, você precisa ter em mente que o seu plano de negócios, precisa ter 3 pilares definidos antes de se pensar qualquer estratégia de captação:

  • No que eu vou investir? Na jornada empreendedora, sempre haverá infinitos projetos possíveis para serem realizados, mas os recursos sempre serão limitados. Portanto, é preciso ter bem claro qual o foco do projeto e qual o racional por trás dessa decisão.
  • Como eu vou financiar esse projeto? Aqui você avalia as alternativas de acesso a capital e seus trade-offs: o projeto será financiado parte com capital próprio e parte com capital de terceiros? É importante, por exemplo, comparar entre as opções de obter um novo sócio ou recorrer a um banco.
  • Como que este negócio vai remunerar os meus shareholders? Precisa estar de forma bem clara no seu plano de negócios como sua geração futura de caixa será suficiente para remunerar acionistas e credores da sua empresa. Para saber se é suficiente, duas métricas precisam ser analisadas: o VPL (Valor Presente Líquido) e a TIR (Taxa Interna de Retorno). Esses dois indicadores são muito importantes, pois permitem avaliar a viabilidade financeira dos projetos.

  • VANTAGENS

ALAVANCAGEM

A dívida propicia alavancagem financeira da empresa, ou seja, existência de benefício fiscal (no caso de Lucro Real), além de proporcionar uma redução do custo de capital.

PRAZO

O prazo de pagamento/amortização é mais estendido, sendo geralmente de 5 a 10 anos, com até 2 ou 3 anos de carência, a depender da linha de crédito e do valor a ser financiado.

CUSTO

O custo varia de acordo com cada tipo de financiamento, sendo muito comum a indexação à inflação ou taxa de juros básica adicionada a um spread. Para linhas de curto prazo, como capital de giro, é comum identificar-se uma taxa fixa.  Com o atual cenário de queda de juros, linhas de financiamento (mais baratas) vêm se tornando mais atrativas, apresentando uma boa oportunidade para financiamento de negócios em geral.

 

  • DESVANTAGENS

RISCO

Podem haver cláusulas restritivas referentes a caixa, ativos, M&A, salários e funcionários, acompanhadas de auditoria periódica; Pode haver financiamento por reembolso, isto é, o banco só concede o crédito após a comprovação da compra.

PROCESSO

O processo para captação pode variar ao longo da negociação, dependendo da natureza e complexidade do projeto, o que gera incertezas quanto à estrutura da captação, tempo de execução e efetuação do desembolso.

CUSTO

Taxas de juros podem ser altas a depender do projeto a ser financiado.

GARANTIAS

São exigidas garantias reais da empresa ou pessoais dos sócios, tais como hipoteca, penhor, propriedade fiduciária, recebíveis, etc. e/ou pessoais, tais como fiança ou aval. Em alguns casos, são aceitos seguro garantia, percentuais de garantias de aplicação financeira e máquinas e equipamentos (quando eles são financiados).

Quanto mais você experimenta, mais aprende a navegar pelos bancos!

A complexidade dos processos para obter financiamento bancário não aumenta conforme o valor do empréstimo. O caminho costuma ser o mesmo, porém diferentes faturamentos e volumes de captação caem em diferentes departamentos do banco.

Depois de definir o objetivo do projeto, faça um mapeamento dos bancos públicos e privados e fintechs do seu interesse e das linhas ofertadas. Dependendo do tamanho, do perfil do seu negócio (indústria, serviço, varejo, agrícola) e do objetivo do projeto, mais ou menos linhas de crédito estarão disponíveis. 

É importante ressaltar que, para buscar investimento junto a bancos de desenvolvimento, é preciso mostrar que o projeto está conectado de alguma forma com o desenvolvimento econômico e social do país.

Ao mapear as instituições financeiras, leve em conta que:

  • as linhas dos bancos regionais têm como requisito a operação na região local;
  • agências estaduais têm como requisito a operação dentro do próprio estado da agência.

No mapeamento dos bancos, considere se ele atua com linhas de crédito relacionadas a sua estratégia de crescimento. Se sim, mapeie as linhas considerando:

  • Setores atendidos
  • Público-alvo
  • Custo do financiamento
  • Prazo de pagamento aceito
  • Garantias requeridas
  • Limite de crédito
  • O que pode ser financiado

Lista de bancos de desenvolvimento e agências de fomento

Este mapeamento traz uma lista de bancos públicos com descrição do tipo de financiamento concedido por cada um. 

Acesse nosso mapa de linhas de crédito

Este mapa apresenta as linhas de crédito do BNDES, Finep, BNB e BRDE e te permite escolher qual linha corresponde às necessidades de financiamentos do seu negócio de acordo com o tamanho da sua empresa, o objetivo de financiamento, o custo do crédito e as garantias exigidas.

 

Lista de fintechs de crédito

Este mapeamento traz uma lista de fintechs que oferecem crédito e outros serviços voltados para empresas.

Agora você tem uma lista de todas as linhas de crédito que se encaixam com seu negócio e seu objetivo. Cabe decidir quais oferecem as melhores condições.

 

Juros

Cada linha irá descrever (ou precisará ser consultada sobre) os juros cobrados. Eles costumam ser proporcionais ao faturamento da empresa e ao risco do negócio: geralmente, os juros são mais altos para empresas com faturamento menor ou empresas que possuem projetos de maior risco. Empresas pouco organizadas financeiramente também podem apresentar maior risco ao banco e, por isso, tendem a pagar um custo maior pelo financiamento.

Os contratos podem incluir as seguintes taxas de juros:

  • TLP (taxa de longo prazo) ou Selic
  • Taxa de remuneração do banco
  • Taxa de risco de crédito (em caso de apoio direto)
  • Taxa do agente financeiro (em caso de apoio indireto)
  • Taxas prefixadas
  • Taxas pós-fixadas

 

Prazo de pagamento

Os prazos também dependem muito do perfil do negócio e dos termos de financiamento. Podem ir de 6 meses a 20 anos, com ou sem períodos de carência para pagamento do principal. Avalie o cálculo de juros ao longo do tempo e garanta que cada detalhe se encaixe com seu planejamento financeiro.

O prazo de pagamento de uma linha de crédito é, geralmente, de 5 a 10 anos, com um período de carência, a depender da linha de crédito e do valor a ser financiado e dos indicadores financeiros da empresa.

Ao considerar o prazo de pagamento, pense na possibilidade de projetos futuros da empresa e no fato que você poderá precisar de crédito novamente para financiá-los.

Pondere o custo e o prazo na hora de tomar essa decisão tão importante!

 

Garantias

A falta de garantias ou exigência de garantias muito elevadas, como garantias reais, é uma das maiores dificuldades de empresas no processo de captação.

Por isso, faça um levantamento detalhado das garantias que cada banco requer/aceita. Mais tarde, você terá que fazer a conexão dessa lista com as garantias que a empresa possui e que você possa conceder para obter o financiamento.

Quando o empreendedor ou a empresa não tem garantias reais, como imóveis ou bens penhorados, alguns bancos de desenvolvimento podem aceitar um seguro-garantia com uma seguradora ou fiança bancária com outro banco com quem você possua relacionamento. Além disso, pode-se fazer um mix que combine garantias reais e garantias financeiras.

Fazer tudo sozinho ou buscar ajuda externa?

Algumas empresas da nossa rede preferem buscar e se candidatar a linhas de crédito por conta própria. Isso pode levar um pouco mais de tempo para pegar o jeito, porém é deixado um legado quanto à organização de informações e aos padrões de governança do negócio.

Também é comum que o empreendedor contrate uma consultoria ou advisor/assessor para ajudá-lo com a estruturação do projeto e acompanhar tudo de perto até a aprovação. Uma das vantagens do assessor é que ele irá prover uma visão independente sobre as diversas opções disponíveis no mercado e qual melhor se adequa com a sua necessidade, ajudando a empresa desde a estruturação do plano de negócios até o desembolso do financiamento.

Se essa for sua decisão, contabilize esse custo no seu planejamento e considere que, ainda assim, existe o risco de o empréstimo não ser aprovado. Para minimizá-lo, selecione alguém que já tenha experiência com bancos públicos e privados e que possa conduzi-lo e ensiná-lo ao longo do processo.

Independentemente da escolha, neste ponto, a recomendação é definir um responsável que faça uma ponte direta com o empreendedor e a conexão com outras áreas que estarão envolvidas no processo.

Chegou a hora de convencer os bancos de que sua empresa está pronta para receber o investimento.

Tenha a casa arrumada

Você não quer ficar correndo atrás de números, indo e voltando o tempo todo enquanto está montando seu projeto de investimento. Existem relatórios e indicadores financeiros (Dívida Líquida/EBITDA, Índice de Liquidez, , Índice de Cobertura do Serviço da Dívida, etc.) que todos os bancos analisam. Quanto mais limpa e organizada é sua contabilidade, menos tempo você perde e mais segurança você passa.

Se quiser ainda adicionar uma camada extra de conforto aos bancos durante as análises, considere contratar um assessor. Além de facilitar seu processo, ele também dará mais transparência à empresa e trará potenciais riscos à atenção do(a) empreendedor(a).

 

Monte seu pitch

Esta é a parte em que você detalha seu plano de negócios, seus drivers de crescimento e justifica aquele investimento. Leve uma apresentação expositiva para fazer seu pitch. Ela deve incluir:

  • História breve do negócio e histórico de crescimento;
  • Análise setorial com perspectivas de crescimento do setor;
  • Vantagens competitivas da empresa;
  • Principais dados financeiros;
  • Próximos projetos; e
  • Produtos que o banco oferece que você quer acessar para financiar esses projetos, explicando as garantias que você tem e as condições de pagamento que melhor lhe cabem;
  • Explicação de como o financiamento se encaixará no seu fluxo de caixa, ou seja, como ele irá gerar valor e permitir que o investimento a ser feito remunere o banco de forma confortável.

 

Em todo o seu storytelling, é preciso evidenciar para o banco as respostas daquelas 3 perguntas apresentadas anteriormente.

  • No que você vai investir?
  • Como vai financiar esse projeto?
  • Como que este negócio vai remunerar seus acionistas?

Para ter confiança em lhe conceder crédito, o banco vai querer garantir que você entende do seu negócio. Não traga um discurso determinista e de dependência; ao contrário, apresente o banco como um potencializador do seu negócio. Ou seja, demonstre que a parceria com o banco não é uma necessidade ou última opção, e sim uma maneira de acelerar seu crescimento.

Lembre-se de que bancos de desenvolvimento apoiam empresas que podem pagar a dívida, mas que também possuam projetos que gerem emprego e renda para o país. Mostrar o impacto do seu projeto para a sociedade é primordial.

Mostre também o que pode ser interessante para o banco. Se isso abrange o potencial de vendas cruzadas para ele, por exemplo (folha de pagamento, recebíveis, aplicações, etc), insira essa fundamentação no seu pitch.

Nesse contato, é importante ainda que o(a) empreendedor(a) esteja presente e não apenas o CFO. Afinal, ele(a) é a melhor pessoa para contar como chegaram até ali e para onde querem ir. Não só isso, sua presença também mostra ao banco que há interesse genuíno, a ponto do(a) fundador(a) tornar esse pitch uma prioridade em sua agenda. Porém, mais importante ainda, é ser verdadeiro e transparente.

Uma boa prática é fazer benchmarks com empresas do mesmo porte e setor que o seu negócio e entender quais bancos e linhas de crédito eles acessaram e até mesmo como negociaram as condições de financiamento. Falar com empreendedores que você sabe que são experientes nesse processo, independente do setor de atuação, também ajuda muito!

Aprendizados da nossa rede

“Não adianta correr atrás da operação na pressa. Tem que ter planejamento financeiro, saber quando você vai precisar, quanto você vai precisar e pra quando você precisa ter o dinheiro completo. Se você tem 1 ano, pode esperar por um BNDES. Se você tem apenas 3 meses, a operação precisa ser feita com algum banco comercial. De toda forma, o processo não será menor que 3 meses devido aos processos de análises de documentos, garantias e etc.”
“Ter as informações organizadas é o principal (contabilidade mais limpa possível), evitar idas e voltas, principalmente quando se fala sobre números da empresa. Mesmo com um discurso e projeto impressionantes e cativantes, do outro lado é um banco (mesmo que de fomento) e portanto possui uma série de obrigações junto a Banco Central então, em alguns momentos pode parecer que não querem fazer negócio mas estão preocupados em saber se não terão um default principalmente se o dinheiro está sendo aplicado para a destinação solicitada, no fim do dia é um "dinheiro carimbado. O principal é quando os depósitos acontecem você chega a celebrar e pode voltar a dormir tranquilo.”

Projeto de investimento

Em bancos de fomento, os projetos costumam ser divididos em três etapas: cadastro e documentações, modelo financeiro e descritivo técnico.

Descritivo técnico do projeto

O descritivo técnico do projeto deve conter o resumo do que é o negócio:

  • o que faz, como se posiciona no mercado,
  • quais os indicadores que seu negócio possui,
  • qual a projeção de crescimento,
  • quanto capital é necessário para crescer.

Além das informações citadas acima, o projeto deve descrever, nesse exemplo, qual é a inovação que está sendo desenvolvida (lembrando que o conceito de inovação é o que é uma inovação para a empresa, e não para o mercado em si). Se o projeto em questão é de tecnologia, por exemplo, o “dono do projeto” na sua empresa é o responsável por esta etapa. Esse responsável técnico também deverá estar presente para a prestação de contas.

Nesse processo, é provável que o banco queira evidências palpáveis para ter uma visão de risco menor, como contratos firmados, incluindo o backlog. Às vezes mesmo uma empresa já estruturada, por se tratar de um projeto inteiramente novo, precisa apresentar esses documentos.

Outro ponto que os bancos procuram no projeto são as vulnerabilidades do negócio. O banco sempre pressupõe que o negócio tem riscos, portanto, é importante apresentar os riscos do seu negócio, das atividades e do seu produto. E, ao mesmo tempo, mostre quais são os potenciais mitigadores para cada um desses riscos.

O modelo financeiro é basicamente um post-value, ou seja, ele mostra como ficará a empresa após a implementação do projeto de investimento. Saber se o projeto vai aumentar receita ou reduzir gastos é primordial e deve aparecer nessa etapa.

 É essencial apresentar também:

  • o resultado operacional (medido pelo EBITDA),
  • as margens (bruta, líquida e de contribuição)
  • como o crédito auxiliará a receita e a margem da empresa evoluírem.

O banco quer ter certeza de que o empréstimo irá alavancar a empresa.

O resultado operacional (EBITDA) e o ICSD (índice de cobertura do serviço da dívida) são indicadores muito mais importantes para o banco do que o lucro, pois mostram a capacidade de pagamento do projeto.

Importante: Alguns bancos já definem como nota de crédito alguns ranges de quanto pode emprestar, baseado no faturamento da empresa e na sua estrutura de custo. Cada um desses pontos não é mandatório nem um deal breaker, mas a cada ponto que você conseguir agregar vai aumentar suas chances de obter o financiamento.

Os bancos disponibilizam planilhas padrão para preenchimento, que podem ser baixadas a qualquer momento. Confira o modelo solicitado no site do banco antes de construir seu plano de negócios.

Para conseguir o financiamento de um projeto de investimento, é necessário citar quais garantias sua empresa possui.

Comece mapeando todas garantias que a empresa possa ter para financiamento (indústria, escritório, área rural, contratos de recebíveis, NFs, máquinas, etc), indicando o valor de mercado de cada uma e se está livre ou não. 

Nesse mapeamento, inclua as garantias reais, pessoais e demais ativos que a empresa possui. Caso o projeto de investimento seja a criação ou construção de algo tangível (o que geralmente não inclui propriedade intelectual), esse item também pode entrar como garantia.

Se você tiver garantias não livres (e se necessário), você pode reorganizá-las — por exemplo, passando garantias grandes de um fornecedor que utilize pouco saldo para uma operação maior, ou reavaliando as que estão desatualizadas, para ter então o máximo de opções possíveis ao negociar com o banco.

Contratar uma fiança bancária (que pode exigir títulos ou boletos como garantia) também é uma possibilidade, se o banco permitir e se você não tiver garantias reais. Nesse caso, assuma-a como custo financeiro do projeto em seus controles gerenciais e faça as contas para se certificar de que o preço da dívida valha a pena.

Na perspectiva do banco, é muito importante que você consiga provar que garantirá entre 110% a 130% do valor de desembolso. Esse é um ponto que aumenta muito suas chances de obter o financiamento, pois mostra para o banco uma boa margem de preparo e segurança.

Nesta fase, é a parte jurídica que precisa estar em ordem. Quanto maior é o valor da operação que você está pleiteando e menores são as taxas da linha, maior será a demanda por informações.

Garanta que os advogados envolvidos tenham conhecimento sobre a estrutura societária da empresa e que exista uma ponte entre a controladoria e os acionistas, para garantir o discurso e as entregas nos prazos solicitados.

É fundamental também combinar o jogo com todos os acionistas antes de dar esse passo. Como alguns preferem não aparecer e como podem ser solicitadas informações sensíveis sobre eles (como o Imposto de Renda de Pessoa Física), nem todos se sentirão à vontade em compartilhá-las com um banco que não é o com o qual já tem relacionamento. Esse processo pode ganhar ainda mais complexidade se a empresa tiver sócios estrangeiros — esteja preparado.

Um dos pontos críticos para o levantamento de informações é a exigência de certidões negativas. Algumas delas podem não estar disponíveis em sua empresa, não serem normalmente utilizadas ou até desconhecidas por você e pelas lideranças. Em caso de certidões positivas com efeito negativo, é necessário preencher um formulário que avalia sua conformidade. É normal haver atraso por conta delas.

Vale destacar também que perguntas e solicitações do banco precisam ser atendidas imediatamente. Caso não surjam perguntas ou haja demora no retorno deles, é relevante ligar para verificar o status do processo e entender os motivos.

Sobre os sócios e procuradores

  • Comprovante de endereço;
  • Certidão de casamento averbada (se casado);
  • Cópia de RG e CPF dos sócios administradores, dos procuradores e dos cônjuges dos administradores;
  • Última Declaração de Imposto de Renda dos sócios majoritários e administradores;
  • Certificado de Regularidade do recolhimento - CRF / FGTS;
  • PEP - Declaração para pessoa exposta politicamente;
  • Cadastro de todos os sócios e cônjuges e comprovação do pagamento da tarifa cadastral (em alguns casos);
  • Cartão de assinatura dos sócios administradores, procuradores e cônjuges com firma reconhecida por autenticidade;
  • Procuração pública ou privada dos representantes da empresa, se houver;

 

Sobre a empresa

  • Se optante pelo Simples Nacional, 12 últimos comprovantes de pagamento do Simples Nacional emitidos pelo portal e-CAC. Não pode haver parcelamento dos tributos dos últimos 3 meses;
  • Declaração de redução da alíquota de IOF;
  • Relação de faturamento dos últimos 12 meses assinado; 
  • Balanço de abertura e previsão de faturamento nos 12 meses iniciais (para empresas em processo de implantação);
  • Três últimos balanços patrimoniais (juntamente com o DRE) ou declarações IRPJ;
  • CNPJ atualizado;
  • Alvará de funcionamento;
  • Contrato social;
  • Ata de constituição e estatuto, ou declaração de empresário, registrados na Junta Comercial
  • Alterações contratuais, atas ou aditivos do último aumento de capital também registrados na Junta Comercial;
  • Atas ou aditivos de outras alterações devidamente registrados na Junta Comercial e assinados pelos sócios e por um advogado;
  • Alteração da declaração de empresário;
  • Recibo de entrega de declaração de imposto de renda para empresa dispensada de apresentar balanço ao fisco federal, ou declaração de isenção, conforme o caso;
  • Autorização para consulta aos sistemas restritivos e à central de risco de crédito do Sistema de Informações do Banco Central (SISBACEN);
  • Escrituras dos Bens Imóveis e Certificados de Registros de Veículos, o CRV;
  • Certidão Negativa conjunta de Débitos relativos a Tributos Federais e à Dívida Ativa da União
  • Árvore societária do Grupo Econômico, até o nível das pessoas físicas e seus respectivos % de participação;
  • Demonstrações Financeiras da empresa interessada no pedido de financiamento, da Holding do Grupo Econômico e da potencial Garantidora da operação referentes aos últimos 3 exercícios. Deve incluir balanço Patrimonial, DRE, Fluxo de Caixa, DMPL, Nota Explicativa e Parecer de Auditoria;
  • Acordo de Acionistas ou de Quotistas (em caso de controle compartilhado);
  • Apresentação institucional da Empresa e/ou Grupo Econômico, informando CNPJ, forma jurídica, sede e foro, objeto social, capital social subscrito e integralizado, breve histórico da empresa, setores de atuação, principais produtos/marcas, número de unidades e localização, evolução da produção e faturamentos, divididos em período, tipo de mercado (externo/interno);
  • Grau de capacitação tecnológica da empresa (produtos/processos);
  • Indicadores de pessoas (formação, experiência técnico-administrativa);
  • Lista de fornecedores (mercado interno e externo);
  • Empréstimos / Debêntures / Arrendamentos que a empresa possui atualmente;
  • Montante dos investimentos realizados nos últimos anos;
  • Indicadores que determinam a evolução da demanda interna e as exportações da empresa;
  • Principais concorrentes e porcentagem deles participação no mercado.
  • Taxa média de crescimento do setor da empresa com sua evolução na produção/faturamento.

 

Sobre o projeto a ser financiado

  • Valor do financiamento, com orçamento sucinto dos investimentos com Quadro de Usos e Fontes (QUF) que detalhe valores e data dos investimentos já realizados, especificando as fontes dos recursos. Também deve incluir orçamento de obras civis com relação de equipamentos nacionais e importados a serem adquiridos;
  • Garantias a serem concedidas;
  • Número de empregos adicionais que serão gerados pelo projeto e outros impactos socioeconômicos;
  • Previsão de ganhos de produtividade, qualidade e inovação tecnológica a serem obtidos comparados com o momento atual. Exemplo de indicadores de produtividade: produção/empregado, produção/m2, produção/dia/hora, consumo de matéria-prima/unidade.

Aprendizados da nossa rede

“Conforme menor o valor e maior a taxa, mais simples são as informações. Como estávamos pleiteando operações grandes, a demanda foi extremamente alta. A ponte com Controladoria e acionista foi essencial para garantir o discurso e as entregas nos prazos solicitados. Nesse momento é importante destacar que a demanda não pode ficar na empresa, ou seja, assim que o banco enviar as perguntas já tem que ser respondidas de bate-pronto e caso não hajam perguntas e achar que estão demorando, é relevante ligar no banco para verificar o status do processo pois sempre existem motivos para a operação não estar andando da maneira desejada.”
“Se o projeto de investimento for a criação/construção de algo tangível, o item pode entrar como garantia. O problema passa a ser quando a inovação está ligada a desenvolvimento ou aquisição de software. O que fizemos foi contratar uma fiança bancária (que exigiu títulos/boletos como garantia) e em nossos controles gerenciais assumimos como custo financeiro do projeto o preço da fiança bancária. Somando o custo da fiança e o custo do empréstimo ainda sim era mais barato que um capital de giro de banco comercial (além da carência de 12 meses para começar a pagar).”

Conversa com instituições financeiras

Você já filtrou todas as informações e montou seu projeto de investimento, o que significa que você deve ter em mãos uma seleção das linhas que você terá como alvo. Agora começa o trabalho de verdade.

Prefira bancos com os quais você já tenha contato, os que estão crescendo e aumentando a atuação no setor da sua empresa.

O mais importante é conversar com as pessoas que você sabe que vão ler o projeto. Nem sempre elas terão cargo de alta gerência — podem ser analistas, por exemplo, os maiores interessados.

Estabelecer um relacionamento é crucial nessa fase. E ele pode levar anos até ser consolidado, por isso comece uma aproximação o quanto antes. Mesmo as conversas em torno de um projeto específico se iniciam antes do projeto ser enviado para análise.

Uma boa prática é nunca submeter um projeto sem antes marcar uma reunião pessoalmente com colaboradores-chave do banco, porque, dessa forma, eles têm a oportunidade de conhecer a história do negócio, quem e o que está por trás de todas aquelas páginas escritas.

É improvável que o crédito para sua empresa seja aprovado na primeira tentativa, no banco de sua preferência e atendendo exatamente a todos os detalhes que você imaginava. Portanto, o mais indicado é ter algumas opções e, assim, a tranquilidade para negociar também condições mais vantajosas.

Além disso, você pode complementar instituições públicas com bancos privados para fechar sua captação.

Mesmo que um banco concorde com a operação dos seus sonhos nesse momento, no futuro você pode precisar de mais crédito, talvez em um valor que um banco só não vá conseguir prover. Nesse caso, faz diferença aplicar seu dinheiro em 2 ou 3 bancos, participar de eventos, manter relacionamentos e refazer análises de limites.

Aprendizados dos empreendedores

“As conversas começaram um ano antes, mas já tínhamos relacionamento com os bancos. Paralelamente, fizemos captação com os 3 maiores bancos privados. A grande dica é trabalhar com banco público e completar a captação com banco privado. Nesse processo, o que valeu, principalmente, foi a persistência: mostrar que o projeto era viável. O primeiro processo sempre é mais complexo; conforme vão as tentativas, acumula-se aprendizado.”
“O mais importante é conversar com as pessoas que vão olhar o projeto. Nunca demos uma entrada sem conversar antes. Antes de qualquer ação, marque uma reunião com pessoas do banco que você sabe que vão ler o projeto. Apresente tudo a eles. Olho no olho, cara a cara. Assim, deixam de ser apenas números e passam a ser pessoas.”

Negociação

Pode haver uma grande variação na obtenção de capital a depender da natureza do negócio ou projeto, setor de atuação, maturidade da empresa, relacionamento e histórico dos sócios, etc. Além disso, os processos junto a bancos de fomento podem ser mais lentos do que você prevê.

Não se esqueça de que, mesmo que você tenha discurso e projeto cativantes, do outro lado da mesa está um banco, que possui uma série de obrigações junto ao Banco Central. Em alguns momentos, pode parecer que eles não querem fazer negócio, quando, na verdade, estão preocupados em garantir que não haverá descumprimento de acordos e, principalmente, que o dinheiro será destinado ao projeto para o qual foi solicitado.

Não é raro ter que voltar ao mesmo banco várias vezes. Em uma das empresas da nossa rede, apenas na quarta vez eles receberam sinal positivo.

Acompanhamento

Após a negociação com os bancos e entre a aprovação do crédito e o recebimento do dinheiro, tenha o controle do status de cada operação com cada banco que você solicitou o empréstimo.

Faça uma planilha para controlar o status de cada operação.

Nessa planilha, coloque:

  • o nome da linha que você solicitou,
  • o uso que essa linha se destinará,
  • o valor solicitado com o banco,
  • a taxa de juros acordada,
  • o prazo de pagamento
  • a carência,
  • o andamento de cada operação (se está em fase de análise, em fase de estruturação ou em fase de recebimento do dinheiro),
  • a data prevista para o montante de dinheiro ser liberado.

Assim, você sabe quando terá o dinheiro em mãos e pode se planejar até lá!

Conteúdos para se aprofundar

O que são FIDCs e como eles funcionam?

O artigo apresenta a modalidade de crédito FDICs e esclarece: como essa alternativa pode ajudar o crescimento da sua empresa; quais as vantagens e as desvantagens dessa modalidade em comparação com outras alternativas; e como funciona para acessar o FDICs na prática

Ver artigo Artigo, em português, 4 minutos

Governança corporativa para startups e scale-ups

Este material mostra como a implantação da governança corporativa pode ocorrer aos poucos e sofisticar-se ao longo da jornada. Em cada fase de crescimento da empresa (ideação, validação, tração e escala) existe um momento propício para a adoção ou o aprimoramento de determinadas práticas.

Acessar livro Livro, em português